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Lamentamos profundamente a perda de Rose Marie Muraro, lutadora incansável pelos direitos das mulheres e por uma sociedade mais justa

A ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, informou que, no dia 27/06, será lançado o Prêmio Feministas Históricas para contemplar as mulheres que se destacaram da luta pelos direitos das mulheres e hoje têm mais de 75 anos. O prêmio, uma parceria entre a Secretaria de Políticas para as Mulheres e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, receberá o nome da escritora e feminista brasileira Rose Marie Murado, que faleceu no sábado (21/06), em decorrência de câncer.

Durante a despedida à Rose Marie,a ministra demonstrou tristeza pela perda da escritora, dizendo que ela se foi, mas deixou o exemplo de sua vida. "Estou triste porque perdi uma amiga, porque sou amiga dela há muito tempo, e uma companheira, pelas mulheres terem perdido, e pelo Brasil ter perdido esta grande mulher.” Eleonora ressaltou o legado de Rose Marie com a publicação do livro "Sexualidade da Mulher Brasileira - Corpo e Classe Social”, que considera um marco em uma questão fundamental, que é a relação de classe social e sexo.

"Foi uma pesquisa feita no Nordeste e no Sul e foi um marco. Como "O Segundo Sexo” (livro da escritora e feminista francesa Simone de Beauvoir), [a obra de Rose Marie] foi um marco. Aquele livro foi um marco também, porque cruza a discriminação de sexo, de gênero, com classe social, e ela mostra que as mulheres pobres e trabalhadoras deste país sofrem muito mais a discriminação sobre o corpo e a sexualidade”, ressaltou a ministra.

Para a ministra, uma forma de homenagear a escritora é lutar para que as mulheres tenham o mesmo direito dos homens em todas as esferas da sociedade, com trabalho e salários iguais. "Que a gente melhore a vida das mulheres dentro e fora de casa e, sobretudo, que a luta das mulheres seja uma luta junto com a consolidação da democracia brasileira. E não termos medo das escolhas que cada uma faz”, completou.

História de Lutas

Rose Marie Muraro participou do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher desde a sua criação, em 1985, e só se afastou, em 2012, por causa do tratamento do câncer.

Em 2005, a intelectual - que lutava pela igualdade de direitos para as mulheres - foi reconhecida pelo Governo Gederal como Patrona do Feminismo Brasileiro. Nascida no dia 11 de novembro de 1930, com um problema na visão que a deixou praticamente cega durante parte da sua vida, a escritora deixou cinco filhos, doze netos e publicou 35 livros.

Além de escrever livros que retratavam de forma quase que inédita no Brasil a condição da mulher na sociedade da época, como A Sexualidade da Mulher Brasileira, Rose foi importante para a disseminação de conteúdos estrangeiros sobre o tema, traduzindo e editando inúmeras publicações. Trabalhou durante 17 anos na Editora Vozes e depois fundou, junto com outras feministas, a  Editora Rosa dos Tempos (hoje pertencente à Editora Record), criada para difundir um instrumento que desse voz às mulheres.

De acordo com a professora da Universidade Federal Fluminense, Hildete Pereira de Melo, a vida de Rose Marie Muraro foi influenciada pelo seu trabalho na Teologia da Libertação, segmento da Igreja Católica que transformou a vida da intelectual. Após publicar "Por Uma Erótica Cristã", no entanto, as suas ideias não foram mais aceitas pela Igreja.

Hildete ressaltou que outro papel fundamental da intelectual foi na promoção de um seminário, há 40 anos, que culminou com a criação do Centro da Mulher Brasileira. O “papel vital” de Rose se deu não apenas na fundação da organização feminista, mas também no financiamento para que tal empreendimento se viabilizasse.

Clique aqui para ler, na íntegra, a nota de pesar publicada pela União Brasileira de Mulheres, entidade coordenada nacionalmente pela secretária de comunicação da Apuc, professora Lucia Rincon

Veja aqui o Programa Sempre Um Papo com Rose Marie Muraro 

Fonte: Adital, UBM e Agência Brasil


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