Atualmente, os/as professores/as da PUC Goiás constituem a maior base do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – o que exige uma maior presença e assistência efetiva da entidade no cotidiano da categoria. Em entrevista ao Informativo Atuação, o presidente da Apuc, professor Orlando Lisita Júnior, explica a importância da participação da Apuc na diretoria do sindicato para reforçar as lutas, pleitos e reivindicações da categoria.
“Nos últimos anos, temos reivindicado e conseguido promover uma atuação mais presente do Sinpro-GO nas demandas classistas dos/as professores/as da PUC Goiás que, como sindicato, é o nosso representante legal. A Apuc, por mais que seja combativa, não possui o poder jurídico para interpor ações judiciais coletivas contra as decisões que violam os direitos dos/as professores/as. É com o objetivo de fortalecer a categoria que integramos a próxima gestão do Sinpro-GO como candidato a vice-presidente e os professores Paulo Henrique Faria Nunes, atual vice-presidente da Apuc e os diretores João Batista Valverde e Nivaldo dos Santos no Conselho Fiscal da entidade”, informa. Leia, a seguir:
Qual é a importância neste momento de a Apuc voltar a participar da diretoria do Sinpro-GO?
A nossa categoria participou ativamente da construção do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás ao longo dos 50 anos de história da entidade. Nos anos 80, juntamente com o Sinpro-GO, realizamos lutas históricas e vitoriosas na então Universidade Católica de Goiás. Vamos reforçar a nossa tradicação de luta nas eleições de setembro com os/as nossos/as candidatos/as a delegados/as sindiciais: os/as professores/as Goiaz do Araguaia Leite; Maria Ximena Fernandez; Mardônio Pereira da Silva e Rodrigo Mariano.
Nos últimos cinco anos, nos afastamos de participar efetivamente junto à diretoria do Sinpro-GO e sentimos que as nossas demandas não estavam sendo encampadas efetivamente porque não tínhamos uma representação direta no sindicato.
O dever de lutar pela manutenção das nossas conquistas e contra a crescente precarização das nossas condições de trabalho nos chama à responsabilidade de atuar mais ativamente junto ao nosso sindicato. Somos professores/as da maior instituição de ensino superior privado do Centro-Oeste e da primeira Universidade de Goiás, temos a obrigação política, moral e pedagógica de tornar o nosso sindicato mais combativo e capaz de dar mais respostas para as nossas demandas. Hoje, 90% das matrículas realizadas no nosso estado na Educação Superior concentram-se nas instituições privadas, onde somos referência.
Os desafios impostos cotidianamente dentro da PUC Goiás nos exige lutar pela transformação da nossa realidade profissional. A nossa categoria encontra-se fracionada entre efetivos/as (com contratos de tempo integral; tempo contínuo e horistas) e convidados/as, estes, além de não possuírem estabilidade contratual, ainda desdobram-se para ministrar aulas em diversas instituições de ensino superior com a mais frágil relação de trabalho. Temos lutado pela realização de concurso para professores/as efetivos/as de tempo contínuo, bem como pela ascensão dos/as professores/as horistas ao tempo contínuo. É preciso mais agilidade nos encaminhamentos necessários para a garantia dos direitos já conquistados, tal como a Apuc tem feito no que se refere à discriminatória e desumana demissão aos 70 anos.
O fato de o patronato organizar-se em um sindicato próprio – o Semesg (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Educação Superior no Estado de Goiás) – exige mais organização dos/as professores/as e funcionário/as administrativos/as!
A expansão do Ensino Superior Privado, realizada principalmente nos anos 90, ocorreu sem que houvesse a devida preocupação com a qualidade social da educação, assegurada pela Constituição de 1988. Em uma relação de mercado, as instituições de Ensino Superior passaram a competir entre si como empresas e de forma predatória. Esse comportamento afetou profundamente as condições de trabalho tanto dos/as docentes quanto dos/as funcionários/as administrativos/as em toda a Educação Superior Privada.
A criação do Semesg exige de nós neste momento mais união entre todos/as os/as profissionais que trabalham no Ensino Superior em Goiás, unificando as demandas e avançando em conquistas.
O que muda com a presença do presidente e de mais três diretores da Apuc na diretoria do Sinpro-GO?
O Sinpro-GO representa todos/as os/as professores/as do Ensino Superior do estado e nós atuamos somente na PUC Goiás. Vamos levar a nossa experiência e dialogar com os/as outros/as professores/as do terceiro grau sobre as possibilidades de melhores condições de trabalho e obter ganhos nos próximos Acordos Coletivos de Trabalho.
A nossa participação na diretoria do Sinpro-GO será a extensão do nosso trabalho na diretoria da Apuc. Muitas faculdades remuneram a hora-aula melhor do que a PUC Goiás e atuaremos, com decisão, com o conjunto da diretoria do Sinpro, de um lado, para aumentar nosso salário e, de outro, para que nossa experiência de avanços em acordo coletivo, de direitos assegurados em estatuto de carreira docente, sejam também conquistas de todos/as os/as professores/as.
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Fonte: Assessoria de Comunicação da Apuc