Associação de Professores
da PUC Goiás
apuc 40 anos 3

João Batista Valverde

*Artigo publicado no jornal Diário da Manhã (13/04/2013)

A trajetória da PUC Goiás confunde-se com a história dos homens e mulheres que a construíram e a constroem em Goiás. Os anônimos e os que podem ser nomeados, todos, de algum modo, têm vivido suas vidas mescladas à esta que foi a primeira instituição de ensino superior do Brasil Central. Nascida do coração dos goianos a história dessa instituição é a história de cada professor e professora, de cada funcionário e funcionária, de cada aluno e aluna e que também se mescla com a ousadia de padres e freiras que acreditaram e se uniram para criar uma universidade de Goiás.

Dentre todos os que ligaram suas vidas à PUC Goiás, hoje, dirigimos uma homenagem a uma pessoa em particular. Não por que seja a mais importante, mas porque, mesmo não estando mais entre nós, merece uma menção já que sua vida pode nos remeter à urgente tarefa de manter conosco a memória do que não deve ser esquecido e, também, porque é sempre tempo de renovarmos o ensinamento de um antigo adágio, muitas vezes repetido na Igreja Católica de Goiânia, à época de Dom Fernando Gomes dos Santos: “o que tem que ser, tem muita força”. É com a força do que tem que ser que queremos trazer à memória dos que ainda estamos por aqui, Padre José Pereira de Maria e suas muitas lições. 

Nasceu José, de Maria, e, homem feito e ainda por si fazer, habitou entre nós nestas terras centrais do Brasil. Homem de fé, vindo da caatinga nordestina, lutou as suas lutas e combateu o bom combate cristão nestas terras goianas. Estudioso, perspicaz e com senso apurado da realidade em que vivia, foi defensor dos que lutaram também em outras searas, durante a ditadura militar brasileira. Forte como um cabra da peste, generoso e humano, democrático e austero conectou a sua vida à luta pela redemocratização do Brasil e da então UCG, com suas Grandes Linhas, fiel ao espírito do Concílio Vaticano II, Medelín e Puebla . Marcou o seu tempo e nos marcou a todos, homens e mulheres, com quem conviveu. Foi também professor, educador, reitor e eterno estudante curioso.

Contudo, o Padre José, filho de Maria, já não está entre nós! Pela sua fé ele se transformou e pode continuar nos transformando, com seu exemplo Pereira de ser, reproposto como desafio a todos nós. Talvez, com um pouco de sorte, esforço e sintonia com o nosso tempo, possamos nos transformar também naquilo que precisamos ser e que tem muita força: construtores de dias melhores, de instituições melhores, de uma cidade melhor, de uma PUC melhor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

João Batista Valverde é diretor de formação da Associação dos Professores da PUC Goiás, professor de filosofia e membro do Programa de Direitos Humanos da PUC Goiás


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