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O espetáculo Mães Negras faz estreia para o público goianiense nesta terça-feira, dia 24 de julho, às 20 horas no Cine Teatro Goiânia Ouro, marcando às comemorações do dia da Mulher Negra. O espetáculo é fruto do projeto Mães Negras – Teatro das Oprimidas, selecionado no 2º Prêmio de Expressões Culturais Afro-brasileiras, realizado pela Fundação Palmares em parceria com o Centro de Apoio e Desenvolvimento Osvaldo Santos – CADON, com patrocínio da Petrobrás.

A iniciativa é da Associação Desportiva e Cultural de Capoeira Mestre Bimba, que desenvolve há 12 anos atividades que estimulam, incentivam e promovem a cultura afro-brasileira em Goiás.

 

A Contrução do Espetáculo

O público-alvo do projeto Mães Negras – Teatro das Oprimidas são as mulheres da Associação Mestre Bimba que se reuniram para participar do processo de construção do espetáculo. Desde oficinas de percussão sustentável – ministradas por Ricardo Roqueto, capoeira angola – pelo Mestre Guaraná e o Grupo de Capoeira Kalunga e dança dos orixás – com Mestre Luisinho e Afoxé Asé Omo Odé a jogos teatrais e oficina de construção do espetáculo dentro da estética do Teatro do Oprimido – técnica desevolvida pelo diretor e dramaturgo Augusto Boal, foram acrescentados à preparação do elenco, eminentemente feminino, das quais praticamente todas experimentavam pea primeira vez uma vivência teatral. O processo foi coordenado por Carolina Santos, que assina a direção geral e divide a dramaturgia do espetáculo com Tiago Aguiar. A poética desenhada em Mães Negras traz elementos da cultura afro-brasileira, mas sobretudo quer propor a plateia, reflexões sociais sobre o papel da mulher nessa sociedade.

 

 

O Espetáculo

Mães Negras conta a trajetória de Mariana desde sua infância até sua, talvez, maior expressão enquanto mulher: a maternidade. A protagonista é inumeras vezes posta contra a parede, no que se refere as amarras de uma sociedade machista, com mecanismos fortes e precisos de manutenção do discurso como: “Isso não é coisa de menina!” ou “Lugar de mulher é na cozinha!” e por vezes diante do opressor ouve “Se você sair por esta porta, você não tem mais família!”. Frases fortes e que surtem efeito. O que fazer para mudar sua própria história?

O teatro das oprimidas é uma celebração do encontro. A técnica é atualmente celebrada por mulheres do mundo inteiro: mulheres da Índia, de Moçambique, da Guiné-Bissau, mulheres do Brasil, da Argentina, da Alemanha, da Áustria. Todas unidas em uma pesquisa estética do corpo feminino e seu lugar no mundo. Afinal qual é o lugar da mulher no terceiro milênio? Quais são as armadilhas que seguem aprisionando-as em cotidianos opressivos?

No caso de Mães Negras – Teatro das Oprimidas, celebra-se o encontro entre costureiras, cozinheiras, jardineiras, donas de casa, babás. Celebra-se o encontro com a cor negra, com a ancestralidade africana, com a capoeira, com o afoxé, com os sonhos de uma vida melhor, de uma infância mais tranquila, de um trabalho mais digno e valorizado, e porque não, com o sonho de um casamento em que os parceiros se respeitem mutuamente e nada mais se resolva a partir de agressões?

No espetáculo “Mães Negras”, o corpo de Mariana é o espelho das muitas mulheres que se encontram ameaçadas e às quais a única opção é fugir. Elas fogem com um filho pendurado nos braços e um horizonte de incertezas diante de si. Mariana convida o público, através do Teatro-Fórum (outra premissa de Boal) a discutir sua história, a sentir suas dores, a celebrar suas ancestrais e, sobretudo, a propor outras soluções para seus problemas, soluções que ela ainda não pôde experimentar, mas que você, que está na plateia pode mostrar como seria.

Como diria Augusto Boal: “Somos todos espect-atores!”

Serviço: Espetáculo Mães Negras

Quando: 24 de julho - terça, às 20h

Onde: Cine Teatro Goiânia Ouro

Entrada Franca

Mais Informações:  Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Acesse: www.projetomaesnegras.blogspot.com.br; www.facebook.com/maesnegras

Fonte: Janaína Soldera, Carolina Santos e professora Regina Clímaco


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