Associação de Professores
da PUC Goiás
apuc 40 anos 3

 

Discurso de posse do professor Orlando Lisita, proferido no dia 21 de junho de 2012:

 

Boa noite Professores e Professoras que acreditam - parafraseando Fernando Pessoa - que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Acreditar na Associação dos Professores desta Universidade é eticamente assumir o compromisso de coordenar suas lutas coletivas nos próximos dois anos. É preciso ter uma alma e coração muito grandes não no tamanho, mas na profundidade e coerência entre o que falamos e fazemos. Portanto, ética, coerência e transparência devem ser cotidianamente comprovadas pela práxis de seus protagonistas. Quando viram chavões de fáceis discursos eleitorais tornam-se vazios, artificiais e desprovidos de história, portanto  desacreditados.

Em nome da chapa Alto LÁ: a APUC é d@s PROFESSOR@S, agradecemos a presença de vocês, que vieram hoje nos prestigiar e juntos nos solidarizar da vitória da esperança vencendo o medo e o assédio moral da cooptação, do controle, das ameaças, do silenciamento, enfim ....da declaração bem alta que somos profissionais e que incansavelmente, continuaremos a exigir sermos  respeitados. Não somos máquinas, somos gente!  

Estamos nesta solenidade, assumindo a diretoria da nossa APUC após uma eleição livre e democrática que teve um comparecimento de quase 80% dos/as professores/as filiados/as, incluídos os/as aposentados/as e licenciados/as. Hoje são 788 professores/as filiados/as, dos/as 606 votantes apenas 09 votos em branco e 05 nulos, o que mostra a disposição de participação dos/as professores/as.

A Chapa ALTO Lá a Apuc é d@s Professor@s obteve 64% desses votos, ou seja, 2/3 dos votantes se posicionaram de forma clara que a APUC é d@s Professor@s, livre, soberana e autônoma. Objeta de forma intransigente qualquer ingerência patronal. Gostaria de lhes dizer que presenciei cenas de grande pressão que vários professores sofreram para não votar em nossa chapa, desrespeito através de telefonemas de diretores/as de unidade e de coordenadores/as de curso sob o discurso que a outra chapa era melhor. Mas não diziam melhor para quem! Para todos? Para os/as professores/as, segundo os votos recebidos, NÂO! Vimos também o deslocamento de funcionários/as administrativos da Universidade, em seus horários de trabalho cedidos para serem fiscais, para acompanhar a eleição. Que conceito de ética desprovido de ética! 

Asseguramos-lhe, também, que apesar de insinuações absolutamente mentirosas, o trabalho da diretoria não é remunerado. Nenhum dos/as diretores/as, nem mesmo o presidente recebe qualquer tipo de remuneração, gratificação, salário, ou jeton para participar da diretoria da APUC. Fruto do Acordo Coletivo, desde a primeira gestão de CONTRAFOGOS 1 somente o Presidente tem liberação de 50% de sua carga-horária contratual para o trabalho na entidade. Reafirmamos de que não somos sindicalistas profissionais e nossas prestações de contas comprovam o que estamos afirmando. 

Hoje praticamente encerramos mais uma negociação para obtermos nosso reajuste salarial e obtivemos um aumento real de 2,62%. Nunca é demais lembrar que a PUC Goiás paga o menor valor de hora-aula de Goiânia, comparando com as grandes instituições universitárias.

Os/as servidores/as administrativos também conquistaram o reajuste salarial, depois de ousarem uma única concentração na porta da Reitoria. Se estivéssemos mobilizados em conjunto poderíamos ter conquistado um aumento real ainda maior. Conclamamos à ASC e o Sinaae que na próxima negociação, de reposição salarial, estejamos juntos do começo ao fim do processo a fim de obtermos novas conquistas.

 

Outro ponto que se levanta é para a implementação do PROA, pois como vimos com a realização da AI (Avaliação Interdisciplinar) com elaboração, aplicação e a correção das provas, com os Núcleos Estruturantes dos cursos, querem que assumamos mais essa obrigação como sendo parte das minguadas horas atividades. Vale alertar que o/a professor/a horista não deve e não pode assumir tais atividades, uma vez que ele/a recebe pelas horas de sala de aula e nada mais. Assim ficará por conta dos/as professores/as tempo contínuo / integral mais esse encargo e como não são mais contratados/as professores/as nessa categoria, não haverá professores/as suficientes para tantas atividades extra sala de aula.

Outro desafio que nos espera é o combate sem tréguas ao crescente assédio moral a que vários professores/as efetivos/as e convidados/as estão sendo submetidos pelos seus/suas diretores/as e/ou coordenadores de curso. Não podemos e não ficaremos calados/as. A cada assédio denunciaremos à toda Universidade e exigiremos a retratação e quando for o caso acionaremos à Ouvidoria e a Justiça para obtermos a reparação. Para isso precisamos que assessoria jurídica do Sinpro dê respostas mais ágeis às nossas demandas e mantenha plantões semanais para receber e orientar as questões apresentadas. 

E por falar em Sinpro, não podemos esquecer, de lhes revelar que os/as Professores/as da PUC Goiás constituem a sua maior base e esse 2/3 dos votos que obtivemos nos credenciam a ter uma maior presença e assistência no cotidiano e em perspectiva, participação efetiva no processo eleitoral de 2013. Ressaltamos que na atual diretoria do Sinpro, haviam três professores/as da PUC Goiás. Apenas o professor Manoel, tem participado das assembleias, comissões paritárias e discussões aqui na PUC Goiás. Achamos pouco somente um diretor, efetivamente, representando os/as professores/as da PUC Goiás.

 

Teremos, ainda, as eleições dos/as quatro delegados/as sindicais, em 2013. Quais serão os critérios para orientar as eleições? O professor Goiaz não foi demitido aos 70 anos de idade por ser delegado e deter estabilidade. Manteremos esse critério? Nesta nova onda de julgamentos processuais em defesa do trabalho e contra qualquer forma preconceituosa tendo a idade como bode expiatório, ocorrerão novas demissões aos setenta anos?

Em 2013 iremos renegociar nosso acordo coletivo. É preciso que todos acompanhem essa discussão para não corrermos o risco de vermos nossas conquistas históricas, serem retiradas do acordo, e precisamos, ainda, aumentar a nossa licença maternidade, garantirmos o auxílio creche para os professores pais, ter transparência nas LPGs se é que elas estão sendo concedidas...

Com relação aos/às professores/as horistas está previsto em nosso acordo coletivo a alteração, após 3 anos, do contrato de trabalho para tempo contínuo integral, temos que exigir seu comprimento. Ressaltamos ainda que foi aprovado em nossa última assembleia que faremos debates/seminários, coordenados pelo professor Paulo Henrique, nosso vice-presidente e horista, para que os horistas digam o que pensam e como vêem sua condição de trabalho e que se integrem e participem de nossa Associação. Temos que vencer o esfacelamento de nossa categoria e lutarmos para conquistarmos um estatuto único.

Para não nos alongarmos mais e irmos para o chopp, só lembraremos a questão da democracia interna na PUC Goiás, reuniões do Cepea praticamente não ocorrem, ainda hoje grande parte dos diretores estão sem mandato legal, a questão da carga horária da pós-graduação, e muito mais!

E por fim depois dessa grande vitória que obtivemos no TRT, com a determinação da reintegração do professor Antônio Lúcio, manteremos a discussão pelo fim da demissão aos 70 anos.

Para isso, nós da diretoria gestão Alto Lá: a APUC é d@s professor@s, constituímo-nos como continuidade do movimento iniciado há quatro anos, combatendo o medo e a desesperança que permeava em nossa categoria e participaremos da construção da excelência e da preservação da qualidade da PUC Goiás, garantindo que nossos professores e professoras se realizem profissionalmente e assumam novo patamar em sua organização.

Pela Apuc d@s Professor@s, sempre viva e atuante,

Um abraço em nome de toda a diretoria.


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