As atividades-fim de uma Universidade são o ensino, a pesquisa científica e a extensão. Essas atividades formam o tripé de uma Instituição de Ensino Superior (IES). Além disso, a Universidade tem como objetivo preparar profissionais para carreiras científicas, técnicas e de base intelectual. Também é um ambiente de interação social, inovação e crescimento pessoal.
Pois bem, deveria ter uma gestão participativa, com democracia interna, para promover a participação ativa de todos/as os/as membros/as da comunidade universitária: Docentes, Funcionários/as e Estudantes e, assim, fomentar o sentimento de pertencimento.
Recentemente, na reunião de colegiado da Escola de Direito, Negócios e Comunicação (EDNC) foi apresentado, sem qualquer discussão, o projeto de reforma no prédio para abrigar um estacionamento, de três andares com deck, para Professores/as, Funcionários/as e Alunos/as. Enquanto isso, itens importantes para a manutenção do prédio que envolvem iluminação, equipamentos de ar condicionado, data-show, elevadores e outros, continuam a deriva... Qual será a prioridade para que a PUC Goiás exerça sua atividade-fim?
Estaria a Administração Superior da PUC Goiás norteando suas ações como fizeram os construtores da Torre de Babel? O que importava, em primeiro lugar, era a construção, a edificação e se faltasse alguma coisa material era motivo de preocupação e angústia. Por outro lado, não demonstravam cuidados ou zelo pela vida humana. Paradoxalmente, é como se as coisas adquirissem vida e a vida humana, propriamente falando, se tornasse uma coisa entre outras coisas, assim como bem afirmou o Papa Francisco em uma entrevista, “(...) Esse é o drama do humanismo desumano que estamos vivendo”.
Se a PUC Goiás, como instituição católica, efetivamente colocasse o “conhecimento a serviço da vida das pessoas”, honraria o compromisso com a dignidade docente e concederia o reajuste salarial aos/às seus/suas Professores/as. Neste mesmo período em que estamos sem reajuste, as mensalidades da Universidade foram reajustadas, anualmente, totalizando um aumento de 33,06% no período. Também estamos há mais de 10 anos sem Acordo Coletivo de Trabalho e com os anuênios congelados há cinco anos.
Mesmo que o conhecimento seja colocado a serviço da vida das instalações, faltou o diálogo para hierarquizar as prioridades e, assim, até mesmo reduzir conflitos. Como poderemos ter excelência no ensino se falta manutenção em equipamentos básicos de apoio em sala de aula?
Diante da apresentação da obra no Campus V, fica a pergunta: o que teremos além de um novo estacionamento?