Recentemente, injustiças com ausência de gestão de recursos humanos foram praticadas justamente no Departamento em que a Justiça deveria ser a linha mestra de conduta e ensino-aprendizagem. O professor Diogo de Souza Freitas, a professora Cláudia Helena Gomes e o funcionário Vidal Chagas do Carmo, do Núcleo de Prática Jurídica foram demitidos/as de forma sorrateira e inesperada na volta das férias.
A política de demissões implementada pela PUC Goiás tem provocado indignação entre professores/as e funcionários/as administrativos/a. O clima no ambiente de trabalho é tenso e apreensivo, abalando as bases que deveriam ser sólidas para a construção de uma carreira. As demissões chegam de uma hora para outra, sem processo nem aviso. Quem será a bola da vez? Essa é uma pergunta que invade as mentes de muitas pessoas, mas nem mesmo o terrorismo silencia a nossa voz a respeito da falta de ética nas relações de trabalho, principalmente quando elas chegam ao fim.
O professor mestre Diogo de Souza Freitas - que era bem avaliado pelos/as alunos/as e foi palestrante no 1º Congresso de Direito do Trabalho da PUC Goiás, realizado em maio, com o tema “(Re)significação dos Princípios de Direito do Trabalho” – foi avisado de seu desligamento, sem qualquer justificativa, por telefone, quando completaria o período de estágio probatório. Desde janeiro de 2006, o professor lecionava na Universidade, tornando-se efetivo em agosto de 2009. No dia 9 de junho, participou do debate sobre assédio moral promovido pela Apuc.
A professora Cláudia Helena Nunes Jacob Gomes – que também era bem avaliada pelos/as alunos/as - formada pela PUC Goiás e com mestrado pela UFG, integrava o Programa de Direitos Humanos da Universidade. Em maio, ela ministrou o minicurso “Direito à intimidade, liberdade de expressão e publicidade opressora”, na 7ª Semana de Cultura e Cidadania da PUC Goiás e desenvolvia pesquisa sobre o tema. No dia 1º de agosto, Cláudia Jacob chegou na Universidade para lecionar e foi avisada pela secretária de que seria melhor não entrar na sala, pois teria que se dirigir ao Departamento de Recursos Humanos...
Onde está a ética que deveria reger as relações de trabalho em uma instituição católica cujos princípios básicos deveriam ser a valorização da vida e da dignidade humana? Onde está o respeito a legislação que ela própria institui ou aos documentos que assina com representantes da categoria? Esta Reitoria está acima da lei? Aos/às demitidos/as não foi nem assegurado o direito de ampla defesa! Como uma Pontifícia pode honrar o seu título e a sua história tratando os/as seus/suas profissionais como se fossem coisas e os/as descartando sem critérios ou mesmo com critérios absurdos como ocorre com aqueles/as professores/as que completam 70 anos? Como deveria proceder enquanto promotora e guardiã da justiça social e do justo direito nas relações humanas?
Os/as professores/as e funcionários/as estão sendo tratados/as pela Administração da PUC Goiás como produtos descartáveis que compõem um mercado predatório no qual a valorização da vida pouco importa. Prática lamentável que provoca desestímulo à construção de sólidas carreiras acadêmicas que possibilitam que a PUC Goiás, com seus 52 anos, continue a ser uma das maiores Universidades do Centro-Oeste e uma referência na Educação Superior no País.