O próximo domingo, 8 de março, é um dia simbólico. Mas ele não é nem será o único dia dedicado a ressaltar publicamente a luta internacional das mulheres. Toda o mês será marcado por debates, atos públicos, manifestações culturais e protestos pelo fim da violência contra as mulheres, contra o feminicídio, em defesa da democracia e por direitos.
Motivos para lutar não faltam. Em 2019, segundo levantamento da Folha divulgado em fevereiro, o índice de feminicídio cresceu 7,2% no País. Nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Alagoas, Bahia, Roraima, Amazonas e Amapá, o aumento de registros foi de mais de 30%. Em Goiás, o cenário não é diferente. Casos recentes de vítimas do feminicídio como o de Fernanda Souza (Bela Vista-GO), Amélia de Oliveira Matos (Anápolis-GO), Rosyrene Domingos (Rio Verde-GO) e Shellyda Duarte (Luziânia-GO) estamparam as manchetes na imprensa e chocam a população.
As mulheres trabalhadoras também estão entre as mais prejudicadas pela destruição dos direitos trabalhistas, previdenciários e pelo congelamento de investimentos públicos em áreas cruciais, como saúde e educação. Proliferação de contratos temporários e intermitentes sujeitam as mulheres — que muitas vezes já cumprem duplas ou mesmo triplas jornadas, quando ainda são vistas como únicas responsáveis serviço doméstico e da criação das crianças — a cargas horárias ainda mais exaustivas. Aumento da idade mínima e do tempo de contribuição para a aposentadoria obrigam trabalhadoras que ingressaram no mercado de trabalho muito cedo a trabalhar por ainda mais tempo, roubando-lhes o direito a um descanso digno. Falta de investimentos em creches deixam mães trabalhadoras sem ter onde deixar seus filhos.
Além disso, estamos diante de um governo antidemocrático, autoritário e que já deu mostras consideráveis de misoginia. Por tudo isso, as entidades sindicais — incluindo a Contee e seus sindicatos e federações filiados, que representam uma categoria majoritariamente feminina —, os movimentos sociais e os coletivos de mulheres estão preparados para ocupar todos os espaços de discussão ao longo desta semana, denunciando o atual contexto de violência física, sexual, psicológica, trabalhista e simbólica, em todas as esferas, à qual as mulheres estão submetidas.
Rumo ao 8 de março, Dia Internacional das Mulheres. Luta e resistência são palavras femininas.
Goiânia
O Fórum Goiano Contra as Reformas Trabalhistas está programando várias atividades a serem realizadas a partir do dia 8 de março:
08 e 9/03/2020
Atividades em Defesa dos Direitos das Mulheres (Dia internacional da mulher):
- 08/03 (domingo) - Panfletagem na Feira Hippie e Rua 44;
- 09/03 (segunda-feira) - Café da manhã, em frente ao Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica (Goiânia-GO).
14/04/2020 (sábado)
- Plenária de Mobilização para dia 18/03 e Ato em Memória da Luta da Vereadora Marielle Franco (RJ);
18/03/2020(quarta-feira)
- Manifestação em Defesa dos Serviços Públicos, Empregos, Direitos e Democracia.