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04.09.2019 Igreja restauro Profa Anamaria DinizA Ermida Nossa Senhora das Mercês na cidade de Pilar de Goiás, construída entre 1783 e 1824 por escravos e pardos em estilo colonial, é considerada uma relíquia do século XVIII.

Nossa Senhora das Mercês é um monumento tombado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1980, que atravessou dois séculos até os dias atuais mantendo suas características coloniais. O projeto arquitetônico e a execução das obras de restauro em questão, do imóvel tombado pertencente à Associação Obras Sociais da Diocese de Uruaçu, proponente do projeto cultural, foi objeto do Edital de Restauro de Bem Material, do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás, através do Edital 7/2016 do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás.

O monumento tombado apresentava danos que necessitavam de intervenção para conservação imediata e urgentes, evitando a progressão de patologias e problemas estruturais graves, que além de muito mais caros, são sempre mais invasivos ao bem tombado.

A etapa inicial dos projetos foi a de levantamento de dados históricos e documentais no acervo do IPHAN 14ª SR, existentes sobre o imóvel, e em outros arquivos públicos.

Todas as informações foram consideradas para uma análise crítica, cruzando resultados com o mapeamento de danos atualizado e exames científicos realizados.

O conceito proposto para o projeto de restauro da Igreja de Nossa Senhora das Mercês é de intervenção de caráter conservativo, reconhecendo e mantendo algumas intervenções arquitetônicas anteriores, e propondo estudos e saneamento das patologias e danos, intervindo, basicamente, para remover e/ou substituir somente o que trouxer danos à conservação do imóvel, e o que descaracterize a arquitetura do século XVIII. As alterações que são reconhecidamente contemporâneas e que não oferecem riscos à construção ou a seus materiais e métodos construtivos foram mantidas.

Foi necessário a execução de reforços estruturais importantes, intervenções nas argamassas internas e externas, pintura do imóvel a base de cal e projetos  técnicos prediais. Os esteios em madeira, foram bastante atacados por cupins e fungos, onde grande parte dos reforços executados já nem existiam, restando só parafusos metálicos e resinas no local.

O escritório de engenharia a cargo do projeto de estrutura, após prospecções nas paredes, confirmou que as alvenarias eram em pedra, corrigindo então relatos verbal de mais de 60 anos que afirmava que a alvenaria era de taipa de pilão. Essa é a maior contribuição da equipe técnica, reescrever a história do processo construtivo da Igreja das Mêrces de Pilar de Goiás.

Os recursos financeiros aplicados por meio do edital foram restritos, assim é necessário o prosseguimento de projetos complementares para o restauro da talha do altar entre outros, para melhor preservação do bem tombado.

O grupo de trabalho foi formado por equipe de proponentes, pela produtora cultural Wanessa Cruz Bezerra e Sandro Torres da ARTE PLENA PRODUÇÕES, as arquitetas e urbanistas Marisa dos Santos Assumpção e Anna Carolina Cruz, equipe de estagiários; Luiz Felipe Teixeira, Renata Laborão e Bruno Borges, coordenados pela arquiteta e urbanista Dra. Anamaria Diniz. O projeto de estrutura de madeiras foi elaborado pelo escritório HIRATA ASSOCIADOS, sendo consultadas empresas especializadas para as determinadas esferas de assuntos.

A empresa responsável pela execução das obras de restauro foi a SDF Arquitetura e Engenharia, com a equipe técnica: os arquiteto e urbanistas Pedro Batista dos Santos, Camila Dias e Santos, Elisberto Felicio Rezende e os engenheiros Allan Batista Parreira e Pedro Guilherme Dias e Santos, encarregado geral dos serviços técnicos, Paulo Roberto Aguiar. Todo o apoio durante a elaboração dos projetos e execução da obra junto à Goiás.

Em breve será publicado todo material de levantamento histórico, dos danos e dos registros das obras de restauro.

*Texto de autoria da Professora Anamaria Diniz


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