Os/as trabalhadores/as brasileiros/as realizam Greve Geral, na próxima sexta-feira (14/06), em "Defesa da Educação, da Ciência e pelo do Direito à Aposentadoria". Em Goiânia, a concentração na sexta-feira está marcada para 10 horas, na Praça Cívica. Outras atividades serão promovidas durante a semana.
Nos dias 15 e 30 de maio ocorreram grandes manifestações nas ruas das capitais e centenas de cidades brasileiras, com efetiva participação dos/as trabalhadores/as da educação (professores/as e funcionários/as) e estudantes, reunindo aproximadamente de 3 milhões de pessoas em defesa da educação de qualidade e contra o corte de verbas nas Universidades Públicas.
A crise econômica brasileira só se agrava, aumentando o desemprego e a violação dos direitos dos/as trabalhadores/as. A única solução que o governo apresenta para essa situação é a reforma da Previdência, que trará ainda mais prejuízos à população e praticamente acaba com a aposentadoria dos trabalhadores em educação.
Além de ampliar o tempo de trabalho e dificultar o acesso à aposentadoria para auxiliares de educação e demais trabalhadores/as – como idade mínima e tempo mínimo de contribuição de 40 anos para ter o direito a 100% do valor do benefício, redução do valor do Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre muitos outros – a reforma proposta por Bolsonaro vai acabar progressivamente com as aposentadorias públicas e privatizar o sistema previdenciário. O governo quer implantar o regime de capitalização, pelo qual patrões e governos deixarão de contribuir para a Previdência, que passa a ser bancada exclusivamente pelos trabalhadores e gerida pela iniciativa privada. Quem não tiver poupança, não se aposenta!
Prejuízos para professoras e professores
Para as professoras e professores, a reforma é particularmente perversa. Atualmente, a categoria se aposenta com salário integral, com 25 anos de contribuição para as mulheres e 30 para homens, sem limite de idade. A proposta do governo exige idade mínima de 60 anos para a professora ou professor se aposentar, com 30 anos de contribuição e trabalhando exclusivamente no magistério. E a partir de 2020, a idade mínima vai aumentar ainda mais, de acordo com a expectativa de sobrevida dos/as brasileiros/as.
Considerando que depois dos 50 anos dificilmente a professora ou professor consegue emprego, a categoria nunca vai se aposentar! Por isso os/as trabalhadores/as da educação estão mobilizados/as para participar da greve geral.
As centrais sindicais brasileiras, as entidades dos/as trabalhadores/as em educação e dos estudantes estão unidos para a greve geral, dia 14, em defesa das aposentadorias e da educação e contra a Reforma da Previdência.
● Contra o Fim da Aposentadoria
● Em Defesa da Educação Pública e Gratuita
Adesão também nas Instituições Católicas
Que reforma é essa? Essa é a pergunta-tema da campanha nacional lançada pela sociedade civil para denunciar os danos da Reforma da Previdência e também é o cerne do posicionamento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). E, a poucos dias da Greve Geral de 14/06, isso ganha especial relevância, uma vez que boa parte dos/as trabalhadores/as em educação do setor privado atuam em instituições de ensino ligadas à Igreja Católica.
A CNBB divulgou, no fim de março, uma nota pública afirmando que “Dentre nossas atuais preocupações, destaca-se a reforma da Previdência — PEC 06/2019 — apresentada pelo Governo para debate e aprovação no Congresso Nacional. Reafirmamos que ‘o sistema da Previdência Social possui uma intrínseca matriz ética. Ele é criado para a proteção social de pessoas que, por vários motivos, ficam expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade…), particularmente as mais pobres. Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores ético-sociais e solidários’”. O documento diz ainda: “Reconhecemos que o sistema da Previdência precisa ser avaliado e, se necessário, adequado à Seguridade Social. Alertamos, no entanto, que as mudanças contidas na PEC 06/2019 sacrificam os mais pobres, penalizam as mulheres e os trabalhadores rurais, punem as pessoas com deficiência e geram desânimo quanto à seguridade social, sobretudo, nos desempregados e nas gerações mais jovens.”
Acesse aqui a Nota Oficial da CNBB sobre a Reforma da Previdência