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No total, foram 694 vagas de Direito de Instituições da Rede Privada de Ensino Superior fechadas pelo MEC em Goiás

O Ministério da Educação (MEC) suspendeu 694 vagas em cursos de Direito, oferecidos por nove instituições de ensino particular em Goiás. A medida atingiu cursos que receberam notas entre 1 e 2, numa escala que vai de 1 a 5, no Conceito Preliminar de Curso (CPC).
 


O CPC avalia indicadores como a titulação dos professores, a nota dos alunos no Enade 2009 - exame federal que avalia os fomandos - o regime de trabalho do corpo docente e a infraestrutura. Os resultados 1 e 2 são insatisfatórios, o 3 razoável e o 4 e o 5 são considerados bons.

O entendimento do MEC é de que esses cursos não têm estrutura para receber o número de alunos que estava autorizado anteriormente. Quanto pior a nota, maior a redução das vagas. No despacho da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, responsável pelo ato, o argumento é de que cursos mal avaliados poderiam gerar prejuízos futuros, com possibilidade de "lesão irreparável ao direito da coletividade".

A determinação, publicada ontem no Diário Oficial da União , valerá para os próximos processos seletivos, não atingindo quem já está cursando. Em todo País, 11 mil vagas em 136 cursos foram cortadas.

A advogada Patrícia Vieira Medeiros, de 23 anos, cursou Direito na Universidade Salgado de Oliviera (Universo), uma das atingidas pela medida, mas defendeu a qualidade do ensino ali. "O curso é excelente e a medida é válida, porque vai selecionar mais os candidatos. Isso pode melhorar o ensino", acredita.

Já Rafaela Araújo de Souza, de 21 anos, trancou o curso em uma das faculdades listadas porque estava insatisfeita. "Era muito desorganizado, pesquisei outros cursos para descobrir isso". Ela gastou R$ 15 mil nos dois anos e meio de curso e pretende terminar em outra faculdade.

OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seção Goiás elogiou a medida. "A medida é drástica mas é importante, porque mostra como o ensino é deficiente. Temos instituições sérias, mas temos infelizmente muitas faculdades que não têm atingido índices míninos, o que se reflete no exame na OAB", disse o presidente Henrique Tibúrcio.

O presidente da Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB-GO, Júlio César do Valle, ressalta importância do esforço do estudante. "A instituição dá o caminho, mas se não houver esforço não haverá bom profissional. A medida desperta os alunos para um mercado cada vez mais exigente". A prova da OAB já chegou a reprovar 88% dos candidtos, em 2007. Em 2009, dos 2.343 bacharéis que queriam se tornar advogados, apenas 546 foram aceitos, num índice de 81% de reprovação.

É a segunda vez que o MEC determina a redução do número de alunos em cursos de Direito mal avaliados. Em 2007, o processo de supervisão resultou no fechamento de 24 mil vagas.

Instituição Município Nota Vagas cortadas Vagas permitidas
Unidesc Luziânia 1,01 134 100
Fasam Goiânia 1,26 80 80
Faculdade Padrão Goiânia 1,31 80 120
Faculdade Montes Belos São Luís dos Montes Belos 1,32 80 120
Inst. Luterano de Ens. Superior Rio Verde 1,60 60 140
Unievangélica Anápolis 1,75 60 240
Universo Goiânia 1,78 110 432
Alfa Goiânia 1,82 50 200

 

Fonte: Jornal O Popular (03/06/2011)

 


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