O premiado neurocientista brasileiro, Miguel Nicolelis, professor de Neurobiologia, codiretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA), divulgou na quinta-feira (11/08) os resultados de seus experimentos na revista científica Scientific Reports. Ele concedeu entrevista exclusiva à ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos) e falou sobre o feito inédito em pesquisas realizadas no Brasil. “É um marco não só para a ciência brasileira como para a ciência mundial”, afirma.
"O Andar de Novo é mais uma prova de que a Ciência é voltada para a melhoria da humanidade, essa é a Ciência que realmente vale a pena. Esse Projeto é uma prova de que a Ciência brasileira tem condições de competir em qualquer lugar, que somos pesquisadores de alto nível, em comparação com qualquer outro em escala mundial – é só uma questão de investir nos cientistas brasileiros e na produção científica do Brasil, porque o talento humano é abundante aqui. Então, o que nós precisamos realmente é confiar no nosso taco", declara o cientista.
O premiado e destacado neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor de Neurobiologia, codiretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA), divulgou na quinta-feira (11/08) os resultados de seus experimentos na prestigiada revista científica Scientific Reports, publicação da Nature.
Miguel Nicolelis concedeu entrevista exclusiva à ANPG na tarde desta quinta-feira para nos falar um pouco do feito inédito em pesquisas realizadas aqui no Brasil. É um marco não só para a ciência brasileira como para a ciência mundial.
Nicolelis nos contou um pouco do Projeto Andar de Novo e do início dessas pesquisas e do desenvolvimento do exoesqueleto apresentado ao público na abertura da Copa do Brasil em 2014. O exoesqueleto robótico foi desenvolvido para dar movimentos a pessoas paraplégicas e é controlado somente por força da mente, em testes com oito pacientes (com paralisia total das pernas há anos) recuperaram parte de seus movimentos e sensibilidade nas pernas. Ele destaca que “O projeto foi iniciado em 2013 e a primeira versão do exoesqueleto ficou pronta em março de 2014, agora estamos já no segundo protótipo”.
Sobre a inédita publicação na revista britânica Nature, uma das mais importantes revistas cientificas do mundo, Nicolelis ressaltou que “É um marco, porque mostra que todo esse esforço em desenvolver essas pesquisas nesses últimos vinte anos resultou numa melhora neurológica, o que não era nem parte da expectativa original. Isso faz uma diferença brutal, pois há uma possibilidade de que essa tecnologia vire uma terapia para os pacientes. A melhora neurológica foi o maior destaque! Esses avanços começaram um mês depois da apresentação na Copa do Brasil e é um processo que continua evoluindo”.
A Ciência como agente de transformação social
Em 2003 Miguel Nicolelis foi idealizador de um audacioso projeto que instalou, ao lado de outros cientistas internacionais, no Rio Grande do Norte um instituto internacional de pesquisas neurocientíficas de referência. Assim, o Instituto Campus do Cérebro foi o primeiro laboratório brasileiro que tinha a ciência de ponta como um agente de transformação social, contribuindo com o desenvolvimento social e econômico de toda uma comunidade sem muitas oportunidades, na cidade de Macaíba, região metropolitana de Natal. Mais tarde, formaram o reconhecido programa Educação para Toda a Vida que apoia desde o pré-natal das mães de seus futuros alunos até o ensino médio. Atualmente Nicolelis é o diretor do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra em Natal (RN).
Segundo Nicolelis o projeto implementado no Rio Grande do Norte foi a base do Projeto Andar de Novo, no qual visava a Ciência como agente de transformação social. E como destacou Nicolelis: “O Andar de Novo é mais uma prova de que a Ciência é voltada para a melhoria da humanidade, essa é a Ciência que realmente vale a pena. Esse Projeto é uma prova de que a Ciência brasileira tem condições de competir em qualquer lugar, que somos pesquisadores de alto nível, em comparação com qualquer outro em escala mundial – é só uma questão de investir nos cientistas brasileiros e na produção científica do Brasil, porque o talento humano é abundante aqui. Então, o que nós precisamos realmente é confiar no nosso taco”.
Fonte: ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos)