Na contramão do olhar subordinado, o projeto propõe o reconhecimento da cidade como espaço físico e de memória. Convidamos todos/as os/as professores/as a participarem da Deriva!
Após perambular pelo centro da capital goiana, Giordano Rogoski, hoje arquiteto e urbanista, deixou de 2012 palavras que descreveriam homens e mulheres de abarrotados cotidianos que coloriam seu arredores, já invisíveis e subordinados à rotina, caso se entregassem à deriva. Escreveu ele: “Caminhar pela cidade me fez perceber pequenos detalhes que passaram em branco ao longo dos cinco anos nos quais passei por ali de carro, sempre com pressa, indo para faculdade. Este olhar mais cuidadoso fez com que eu admirasse ainda mais a riqueza arquitetônica e cultural da região”.
Dos mesmos passos, o professor Ademir Luiz acresceu a si, e a quem o lesse, certas constatações: “O conceito de deriva urbana foi desenvolvido, numa perspectiva contemporânea, pelo filósofo situacionista Guy Debord, autor do livro clássico que se tornou filme, dirigido pelo próprio autor, ‘Sociedade do Espetáculo’. (…) Por sua vez, o conceito da Deriva Fotográfica do Bem, idealizado pelo arquiteto, urbanista e fotógrafo Bráulio Vinícius Ferreira, soma aos princípios de Debord os elementos da apreciação estética e da solidariedade humana”.
Deriva Fotográfica do Bem, hoje apenas Deriva do Bem, pois perdeu o “Fotográfica” por uma expansão de sentidos e possibilidades, nasceu –– como bem disse Ademir –– com o também professor Bráulio; e fora numa disciplina que ministrava no ano de 2010. A proposta era que estudantes, seguindo a ideia filosófica, reconhecessem o espaço físico, a cidade, enquanto território coletivo, enquanto espaço constituído e constitutivo de memória. De lá para cá, muitas coisas se movimentaram, mudaram de lugar –– bem como uma cidade pulsante.
Dum lado, muitos resultados satisfatórios, doutro, a percepção de um espaço público nada coletivo. As edições, sempre com bate-papos e caminhadas voltadas para o Setor Central da capital goiana, se acresciam cada vez mais de participantes. Assim, as doações de roupas e produtos alimentícios, almejadas a serem destinadas a instituições de caridade, aumentavam consequentemente.
Neste ano, conta Bráulio, a Deriva do Bem já tem desdobramentos: um manual está sendo preparado para que seja realizada em outros estados/cidades; uma primeira edição em outro município (Cidade de Goiás) deve acontecer já em setembro; a ação voltou à academia também enquanto pesquisa “Deriva do Bem: Cidade, Encontro e a Memória”, desenvolvida pelo próprio professor (ela tem o caráter de Projeto de Extensão); e um livro com depoimentos e fotografias está sendo viabilizado.
Você pode conhecer um pouquinho mais do que é o projeto participando do Deriva 2015, que propõe reconhecer os Poros dos Jardins Invisíveis. É nesta sexta e sábado (19 e 20/06). Basta se inscrever: www.derivafotograficadobem.com.br/inscricoes.
Deriva do Bem 2015 - Setor Sul
Poros dos Jardins Invisíveis
Palestra sobre o tema "Setor Sul - Poros dos Jardins Invisíveis" com o arquiteto e urbanista Manoel Balbino, o poeta e produtor cultural Carlos Brandão e o poeta, médico e colega professor, João Batista Alencastro (MED).
Data: 19/06/2015 (sexta-feira)
Horário: 20 horas
Local: Auditório do Bloco G da Área III da PUC Goiás
Deriva do Bem 2015
Data: 20/06/2015 (sábado)
Horário: 8 horas
Concentração:Bosque dos Pássaros, S. Sul
OBS.: No local, os participantes formarão o grupo que desejarem (com o orientador que quiser). O encerramento será às 13 horas, também no Bosque dos Pássaros.
Fonte: Yago Rodrigues Alvim, Jornal Opção