O primeiro debate será realizado no dia 05/05/2017 (sexta-feira), às 15 horas, no auditório do Sinpro Goiás (Av. Independência, próximo à Praça da Bíblia)
O professorado constitui uma das categorias profissionais que mais tem sofrido com o crescimento das doenças físicas e psicossociais relacionadas ao trabalho. No ensino privado, em particular – além da precarização das condições de trabalho e dos salários – os/as docentes têm que conviver com o risco cotidiano de serem descartados/as ou substituídos/as.
À margem de um pequeno contingente de professores/as que trabalham em escolas de classe alta, com boa estrutura, bem localizadas e com boa remuneração, a grande maioria dos/as docentes vivenciam realidades bem mais duras, com baixos salários, duplas (ou triplas) jornadas de trabalho, falta de reconhecimento, descumprimento das convenções coletivas e da legislação educacional, dentre outros fatores adoecedores e de risco.
A escola é, hoje, um espaço praticamente universal e onipresente em nossa sociedade. O/A docente, por sua vez, é alçado ao posto de protagonista desse novo status que a escola vem ocupando. Foi-se o tempo em que ser professor/a era sinônimo apenas de ensinar ou dominar um conteúdo específico. Ser professor/a, nos dias atuais, é estar sujeito a pressões sociais, institucionais, pedagógicas e econômicas. É ser confrontado pela tecnologia e lutar para preservar a sua autoridade, o reconhecimento e as mínimas condições para o desenvolvimento de sua atividade educativa.
Novas demandas têm sido apresentadas aos professores e às professoras, não somente por parte da sociedade, mas também dos sistemas de ensino e, contraditoriamente, não estão lhe sendo oferecidas as condições necessárias para dar resposta a tais demandas. Se, por um lado, cresce na sociedade a preocupação com a escolarização e a formação, por outro, a educação e escola parecem estar sendo esvaziadas do seu sentido original de busca pelo conhecimento e pelo saber.
Como consequência desse panorama, é possível afirmar que a nossa categoria vivencia um constante e permanente sentimento de desamparo, que é o primeiro sintoma do mal estar profissional e do sofrimento psíquico que se instala na vida dos docentes. “Criticado e questionado o professor vê diminuir seu valor social. Descontente com as condições em que trabalha, e às vezes, inclusive, consigo mesmo, o mal-estar docente constitui-se em uma realidade constatada e estudada” (VIEIRA, 2013).
Pesquisas realizadas com docentes por todo o País – das redes pública e privada – indicam que os transtornos mentais e as doenças de natureza psíquica constituem, hoje, a segunda maior causa de afastamento dos docentes da sala de aula. Dentre as principais queixas estão: depressão, crise de pânico, ataques de ansiedade, fobias, distúrbios do sono, estresse, burnout, entre outras. A lista de outras enfermidades que, usualmente, tiram os professores e professoras de sala da aula é completada com: problemas vocais, doenças gástricas, problemas circulatórios, problemas respiratórios e os clássicos distúrbios osteomusculares e articulares.
A atividade laboral do professor implica níveis de exigência física, cognitiva e socioafetiva muito altos, que são potencializados pelas longas jornadas de trabalho – que na maioria da vezes se estendem para fora da escola. Além disso, a forma como vem se consolidando a organização do trabalho docente nas escolas predispõe ao isolamento e à individualização dos profissionais, inibindo a formação dos coletivos de trabalho e a possível ação política da categoria.
É nesse sentido – e considerando o cenário exposto – que o Sinpro Goiás busca construir uma alternativa para amparar, acolher e previnir o adoecimento físico e psicossocial na nossa categoria. Seguindo o modelo de outros sindicatos de docentes, e inspirado em experiências exitosas (como a do Sinpro-DF), o nosso sindicato almeja constituir um espaço institucional específico para pensar a saúde do professor e da professora. Nesta direção, o sindicato iniciará, a partir do mês de maio, um ciclo de debates junto à sua base para problematizar a questão da saúde/adoecimento do docente, mas também as formas de intervir nesse processo, pensando-o, também, como um movimento de apropriação política e organização da categoria.
Você, professor e professora, é nosso/a convidado/a para, no dia 05/05/2017 (sexta-feira), debater junto conosco a sua saúde, a relação com o espaço pedagógico, as formas de intervir na organização do trabalho escolar, e a necessidade da nossa categoria se apropriar dessa pauta pensando a relação trabalho-saúde-adoecimento também como uma questão social e política. Será uma Roda de Conversa com a seguinte temática “Trabalho docente e sofrimento psíquico”.
Roda de Conversa "Trabalho Docente e Sofrimento Psíquico"
Data: 05/05/2017 (sexta-feira)
Horário: 15 horas
Local: Auditório do Sinpro Goiás
Endereço: Av. Independência, quadra 943, lote 33, n. 942, Vila Nova (ao lado do Senac Cora Coralina, na Praça da Bíblia), Goiânia – GO
Fonte: Sinpro Goiás