O número de títulos de mestrado concedidos no Brasil cresce em média 11% ao ano no Brasil. Em 14 anos, o quantitativo de novos mestres quase quadruplicou: passou de 10.389, em 1996, para 38.800, em 2009, um acumulado de 273,5% de crescimento. É o que mostra estudo lançado nesta segunda-feira (22), em Brasília, pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A publicação Mestres 2012: Demografia da Base Técnico-Científica Brasileira buscou aprofundar os conhecimentos sobre formação, emprego e características demográficas dos mestres brasileiros. Apresenta um amplo conjunto de estatísticas geradas a partir do cruzamento das bases de dados do Coleta Capes – 1996-2009 (Capes), da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) 2009 (MTE) e do Censo Demográfico 2010 (IBGE).
Entre os aspectos positivos, o presidente do CGEE, Mariano Laplane, destacou a velocidade e a capacidade do sistema em atender as demandas da sociedade e da economia, com a criação de cursos de mestrado em diversas áreas, inclusive, com novas modalidades, como o mestrado profissional. Ele também ressaltou o fato de essa formação estar se estendendo para outras regiões do país fora do circuito Sudeste e Sul. “Estamos abrindo o leque, isso é muito importante”, avaliou.
No período 1996-2009, apenas o Sudeste, que possuía mais de 62% do total de programas de mestrado no início, cresceu menos do que a média brasileira. O crescimento dessa região nos 14 anos avaliados, de 82%, foi muito menor do que a média nacional, que foi de 126%. As demais regiões apresentaram taxas de crescimento significativamente mais elevadas: Nordeste, 179%; Sul, 184%; Centro-Oeste, 233%; e Norte, 341%.
Políticas de expansão
Na avaliação do consultor do trabalho, Eduardo Viotti, o aumento do número de mestres no país é resultado de políticas adotadas pela expansão da pós-graduação, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), aliado ao fenômeno do crescimento significativo da oferta de cursos pelas universidades particulares. Em 1996, essas instituições foram responsáveis por apenas 13,3% dos títulos de mestrado. Em 2009, elas já respondiam por 22,4% do total.
“É verdade que estas instituições se dedicam mais a determinadas áreas do conhecimento, especialmente as áreas sociais e humanas, e pouco a áreas como as engenharias, a física e a matemática”, comentou Viotti. “Mas é uma contribuição muito importante.”
O levantamento é uma extensão da publicação Doutores 2010, lançada durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O processo envolveu a Coordenação-Geral de Indicadores do MCTI e o CNPq.
“É um trabalho muito rico e importante, que nos permite trabalhar no perfil e na formação dos novos mestres e de acordo com a necessidade do país, como uma ferramenta de fortalecimento de políticas públicas”, afirmou a representante da Secretaria Executiva do MCTI, Ana Lúcia Assad, na solenidade de lançamento. O evento teve a participação do presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, e do diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Paulo Beirão. Leia mais.
Fonte: Assessoria de Comunicação do MCTI