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Palestras, culto e exposições relembram a tragédia, em Goiânia e interior

Remoção de lixo radioativo de área contaminada pelo césio-137, em Goiânia, Goiás (Foto: Carlos Costa/ O Popular)Uma série de eventos neste mês de setembro relembra os 25 anos do acidente com o césio-137, em Goiânia. Palestras, exposições e exibição de filmes retratam e discutem, na capital e no interior de Goiás, o maior acidente radiológico -  que envolve uma fonte radioativa usada em hospitais - do mundo, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Os eventos começaram na quarta-feira (12/09) e seguem até o próximo dia 28 (veja programação abaixo).

 

Dessa quarta até sexta-feira (14/09), o Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO), onde está o depósito definitivo dos rejeitos radioativos, em Abadia de Goiás, será aberto à visitação. Quem for ao local encontrará estandes com apresentação sobre medicina nuclear, educação ambiental e prevenção de acidentes com agentes químicos, biológicos e nucleares. A visita poderá ser feita das 8h às 17h.

Na quinta-feira (13/09), o Centro de Assistência aos Radioacidentados (Cara) e a Associação das Vítimas do Césio 137 (AVCésio) promovem um culto ecumênico em memória dos atingidos. A celebração religiosa será às 8h, na praça que recebe o nome da primeira das quatro pessoas a perder a vida, na época, por causa da radiação: Leide das Neves Ferreira. A menina morreu aos seis anos após ingerir pó radioativo e virou símbolo da tragédia. A praça fica na Rua 16-A, nº 792, Setor Aeroporto, em Goiânia.

Segundo o presidente da AVCésio, Odesson Alves Ferreira, cerca de mil pessoas, que foram direta ou indiretamente afetadas pelo césio, foram convidadas. "É um culto em memória das quatro pessoas que morreram na época e das dezenas que faleceram de lá para cá", disse. Odesson explicou que a associação não pode atribuir todas as mortes ao acidente, mas também não pode descartar, pois grande parte delas sofreu depressão. O presidente também afirma que não há um estudo aprofundado sobre a relação da tragédia com a causa das mortes dos envolvidos.

Palestras

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) elaborou uma programação de palestras nas unidades de Caldas Novas, no sul do estado, e Ceres, no centro goiano. Os temas incluem a história do acidente e os benefícios da energia nuclear.

No dia 27 de setembro, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) preparou um dia inteiro de palestras, debates e mesa-redonda com depoimentos de radioacidentados e de autoridades que trabalharam na descontaminação e na assistência às vítimas. O evento, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, fará também uma homenagem às vítimas.

"O evento é para chamar a atenção dos mais jovens, que não presenciaram os fatos, para que essa data não seja esquecida por ninguém. É também uma forma de compartilhar o conhecimento", disse ao G1 o secretário de Saúde de Goiás, Antônio Faleiros, que ocupava o mesmo cargo na época do acidente.

Memória

A tragédia que marcou a história do estado teve início no dia 13 de setembro de 1987, quando dois jovens catadores de materiais recicláveis abriram um aparelho de radioterapia, em um prédio público abandonado, no Centro de Goiânia, para vendê-lo. Dentro do objeto, havia uma cápsula contendo o metal radioativo césio-137, que provocou a contaminação de centenas de pessoas e a morte de quatro delas, número oficialmente reconhecido pela União e governo do Estado.

Fonte: G1

 

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