Associação de Professores
da PUC Goiás
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19.11.2025 POST sem motivos para comemorarO ano de 2025 se encerra sem que tenhamos razões reais para comemorar. Nossa categoria carrega, há quase seis anos, o peso de salários defasados e perdas que chegam a 19,32% — quase um quinto de nossa remuneração mensal. Além disso, seguimos com anuênios congelados pelo mesmo período e acumulamos doze anos sem Acordo Coletivo de Trabalho, o que levou o Sinpro Goiás a ajuizar um dissídio coletivo econômico no TRT-GO para tentar recompor minimamente nossas perdas.

Mas a dor da nossa categoria vai além dos números. Há mais de duas décadas vivemos sob um ambiente de falta de diálogo, violência institucional, ausência de democracia interna, desvalorização profissional e precarização das condições de trabalho — um cenário que se agrava a cada ano.

A situação chegou a um ponto sem precedentes nos 66 anos de história da Universidade. Cresce o número de docentes que recorrem à Justiça do Trabalho pedindo rescisão indireta — medida extrema, reconhecida apenas diante de faltas graves cometidas pela empregadora, como prevê o Art. 483 da CLT. Entre elas: supressão indevida de carga-horária e consequente redução salarial, ausência de pagamento, assédio moral, danos morais e afastamentos arbitrários que colocam docentes em verdadeiro “ócio forçado”. Recentemente, decisões favoráveis a uma professora da Engenharia de Produção (EPA) e a um professor do Direito (ENDC) demonstram a gravidade das violações.

Também é alarmante o número de colegas que, esgotados emocionalmente pelo clima institucional e pela pressão psíquica, aceitam acordos de desligamento abrindo mão de metade de seus direitos — renunciando à multa integral do FGTS, ao aviso-prévio cheio e até mesmo ao acesso futuro ao seguro-desemprego.

Todo esse contexto de adoecimento e empobrecimento impacta diretamente a sustentabilidade da Apuc, que depende das contribuições docentes para seguir existindo. Mesmo com todos os esforços, ainda estamos em processo de recuperação financeira. A Diretoria conseguiu quitar três meses de FGTS atrasado e reduzir débitos antigos, e trabalha para equilibrar o caixa até o fim do primeiro semestre de 2026.

É dentro desse cenário de reconstrução, com a urgência de garantir o pagamento do 13º salário das funcionárias em dezembro, que enfrentamos uma decisão difícil: a realização da tradicional Festa de Confraternização comprometeria a frágil estabilidade financeira que estamos tentando recuperar.

Após análise da Diretoria e do Conselho Fiscal, reunidos em 29/10, concluiu-se que não há condições de realizar o evento — seja por falta de patrocínio total (como houve em anos anteriores), seja pela ausência de cultura de cobrança de ingressos/convites. A maioria deliberou, com senso de responsabilidade e pesar, pela não realização da festa neste mês de dezembro.

A confraternização terá de esperar.

A nossa união, não.

Seguimos firmes, lado a lado, enfrentando desafios, honrando nossa história e preservando aquilo que temos de mais valioso: a nossa força coletiva.


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