Noite de quinta-feira (08/11), a Apuc promoveu a Palestra "Longevidade Saudável - Como Prevenir e Recuperar o Alzheimer - O Mito do Colesterol e a Diabesidade" com o pós-graduando em Medicina, Hideki Makiyama, que atua há 35 anos em saúde preventiva e é diretor da Anew Produtos Saudáveis. Na ocasião, foi realizada uma Feirinha de Produtos Saudáveis. O áudio da palestra está disponível para os/as associados/as da Apuc. É necessário deixar um pendrive identificado na associação e solicitar a gravação.
Veja, a seguir, entrevista com o palestrante Hideki Makiyama:
O que é essencial para conquistar a longevidade saudável?
Hideki Makiyama: O básico é cuidar da “raiz” do nosso corpo que é o intestino. Quando falamos do intestino não é só ir ao banheiro – isso é o mínimo que tem que acontecer. No nosso intestino, temos aproximadamente 100 trilhões de microorganismos que formam a microbiota intestinal e devem estar equilibrados. Se a microbiota estiver em desequilíbrio – o que chamamos de disbiose – isto refletirá na digestão e na produção de enzimas, provocando intolerâncias. A microbiota produz hormônios como, por exemplo, a serotonina. Por isso que, quando se tem problema do intestino, a pessoa tem também ansiedade e depressão.
No intestino são produzidos “medicamentos” para o nosso corpo, ali se sintetizam vitaminas. Mais de 70% do sistema imune está na microbiota e o grande veneno – além do estresse que desequilibra a microbiota – é o antibiótico. Por isso, quando se tem alguém em casa, crianças com asma, bronquite, alergia, que pega gripe e virose fácil, provavelmente verificamos que são crianças que tomam muito antibiótico, o que destrói a microbiota. Essas pessoas tem que recuperar a microbiota para começar a ter uma vida saudável. Todas as pessoas, de todas as idades, devem começar pelo cuidado com o intestino.
Como é possível equilibrar a microbiota? Quais alimentos são indicados?
Hideki Makiyama: Alguns alimentos que devem ser evitados como o leite, que não é bom para o intestino; o açúcar, principalmente o refinado; glúten que é altamente inflamatório. Os alimentos industrializados e os medicamentos antibióticos não são bons para o intestino. Muitos alimentos ajudam na recuperação da microbiota: cúrcuma, glutamina, probióticos (microorganismos vivos). Duas coisas são fundamentais para o intestino estar bem: ter uma grande variedade de vegetais na alimentação, que são chamados de prebióticos e formarão variedade e quantidade de microorganismos no intestino. O segundo ponto mais importante: ingerir alimentos fermentados, que aumentarão também a quantidade da sua microbiota.
Como é possível saber se a microbiota está boa ou não?
Hideki Makiyama: Ou você faz exame ou então, quando for ao banheiro, você verifica as fezes. Pessoas doentes evacuam pouco volume. Pessoas saudáveis evacuam volume maior, porque 1/3 de todas as fezes são bactérias mortas. Se a pessoa possui uma microbiota bem formada, haverá bactérias morrendo todos os dias porque elas se renovam. O volume excretado, com certeza, será maior. Também é necessário beber muita água fora das refeições.
O que é necessário observar em relação à água?
Hideki Makiyama: Obviamente, a água de rua, que possui muito cloro, é altamente prejudicial principalmente para quem tem problemas da tireóide. O ideal é consumir água mineral ou ter um filtro bom em casa. A quantidade de água a ser ingerida é diferente para uma pessoa que possui 40 quilos e para outra que possui 80 quilos. Para saber a quantidade de água a ser ingerida por dia, multiplique o seu peso corporal por 35 mililitros. Uma pessoa que pesa 100 quilos, por exemplo, deve tomar 3,5 litros de água por dia.
Qual é a importância da prevenção do Alzheimer e Diabesidade para a Longevidade Saudável?
Hideki Makiyama: A questão é justamente evitar que manifeste o problema. Normalmente, as pessoas se preocupam quando tem o problema. Mesmo em relação ao Alzheimer, por exemplo, não existe uma causa, um fator. É multifatorial. Tem a questão hereditária, a parte genética, existe a questão da epigenética porque mesmo que você tenha uma mutação genética, o gene que vai manifestar o Alzheimer, mas isso não quer dizer que você estará condenado/a a ter o Alzheimer. Sempre digo que o polimorfismo, defeito genético está ali, mas para se manifestar depende da Epigenética- o que está acima da genética, que é o estilo de vida.
Como os/as professores/as, diante da precarização das condições de trabalho, podem buscar o equilíbrio para ter uma longevidade saudável?
Hideki Makiyama: É uma questão multifatorial. O estresse, por exemplo, não temos como evitar. É o trânsito, a tensão, a atividade no nosso trabalho... Todos/as nós estamos sujeitos/as ao estresse. Mas o que nós podemos fazer é evitar as consequências do estresse, porque o estresse gera radicais livres, destrói as nossas células, destrói nosso organismo e é o principal responsável pelo envelhecimento do nosso corpo. Evitar o estresse não tem como, mas podemos evitar as consequências do estresse. Buscar o equilíbrio na alimentação, na atividade física, a fuga da vida moderna – mesmo dos aparelhos eletrônicos.
Como a alimentação pode prevenir e até estabilizar o Alzheimer?
Hideki Makiyama: A alimentação é fundamental. Hoje as pessoas consomem muito produto alimentício e pouco alimento. As pessoas consomem muito alimento industrializado e geralmente os alimentos industrializados favorecem, por exemplo, o surgimento de um lixo no cérebro que é chamado de Beta-Amilóide. Por exemplo, óleos refinados que usamos no dia a dia – óleo de soja, milho, girassol, canola – são grandes contribuidores deste lixo que vai se formando no cérebro que é uma das grandes causas do Alzheimer. Temos que substituir esses alimentos prejudiciais por outros mais saudáveis.
Quais alimentos poderíamos substituir neste caso?
Hideki Makiyama: As frituras, por exemplo. Atualmente, a maioria das pessoas utiliza óleos refinados que são altamente inflamatórios, além da gordura que foi produzida pelo homem, que é a gordura trans – a pior das gorduras. Então, quem realmente gosta de fritura tem que optar por óleos saudáveis: banha de porco, óleo de coco ou a manteiga. Aquela história que a banha de porco faz mal e aumenta o colesterol é um mito. Banha de porco e óleo de coco são triglicérides de cadeia média e não se transformam em colesterol no nosso corpo. O óleo de coco se transforma em energia muito boa para o nosso cérebro e o coração.
O que é a diabesidade e como preveni-la?
Hideki Makiyama: A diabesidade é o conjunto da obesidade com a diabetes. A partir do momento em que você tem a obesidade, esse excesso de gordura no seu corpo provoca uma resistência insulínica e que acaba também trazendo a diabetes. Ninguém morre de diabetes, mas das consequências da doença que são a obstrução das artérias, insuficiência renal e glaucoma na visão. O cérebro também fica afetado.
Em primeiro lugar, uma alimentação equilibrada e balanceada é fundamental. Existem muitos mitos: um deles é o de que a pessoa deve se alimentar de três em três horas. Cada vez que você se alimenta de três em três horas, você acaba ingerindo carboidratos e assim, o organismo acaba liberando insulina. A insulina é um hormônio e cada vez que você libera insulina, no “reino” dos hormônios existe uma lei na qual quando a rainha está presente, os outros hormônios abaixam a cabeça. E quem é a rainha? É a insulina! Então, cada vez que você libera insulina, os outros hormônios não atuam no seu corpo. Por isso, quem possui diabetes terá problema hormonal também.
Que outro mito está relacionado com a diabete?
Hideki Makiyama: Colesterol. As pessoas fazem tudo para abaixar o colesterol e não deveriam. O colesterol é muito importante. Por mais que você coma gordura, o máximo que conseguirá aumentar de colesterol no seu corpo é entorno de 10%. 90% do colesterol é o nosso corpo que está produzindo e, é através do colesterol que o organismo produz hormônios –por exemplo, a vitamina D, o estrogênio, a progesterona, os hormônios femininos, a testosterona, que é o hormônio. Quando a pessoa toma estatina para abaixar o colesterol, ela terá problema hormonal e, além do mais, não há artigos científicos publicados comprovando que colesterol alto faz mal para o coração. A maior parte das pessoas que possuem problemas de coração, possuem o colesterol normal. Não existe uma relação do colesterol alto com problema cardíaco.
Em relação ao Alzheimer, detalhe melhor como a alimentação influencia a doença.
Hideki Makiyama: O que devemos evitar para prevenir o Alzheimer? Falamos do lixo que se forma no cérebro quando a pessoa come alimentos industrializados que se chama Beta-Amilóide, que é uma das grandes causas do Alzheimer. Orientamos utilizar um azeite de oliva de boa qualidade, pois o ácido oleico presente nos bons azeites limpa esse lixo do cérebro. Se você consome óleo de peixe ou peixe (mas tem que ser peixe de mar e, de preferência, de água fria), no óleo de peixe existem alguns ácidos graxos – principalmente o DHA (ácido docosahexaenoico) que devolve a flexibilidade das células e, com isso, melhora-se a sinapse entre os neurônios (que é a comunicação entre os neurônios). Então, evita que a pessoa fique com esquecimento, memória fraca, Alzheimer e demência. É muito importante consumir alimentos que deixem as células e os neurônios sempre maleáveis e flexíveis. Isso refletir também na circulação ocular. Os vasos sanguíneos do cérebro, da visão e do rim são todos capilares – muito estreitos e menores que a hemoglobina. Para a hemoglobina passar nesses vasos capilares, tem que ter flexibilidade e para isso, é necessário ter células flexíveis. A importância do óleo de peixe e do ômega 3 é justamente por esta razão.
Há maneiras de estabilizar a doença de Alzheimer?
Hideki Makiyama: Tem muitos casos já publicados e comprovados de que pode estabilizar e até reverter o processo. A Dra Mary Newport, uma médica dos Estados Unidos, cujo o marido, contador, ele teve Alzheimer e nem conseguia desenhar o relógio. Como médica, ela aplicou todo o protocolo da medicina para o Alzheimer e não teve resultado. Começou a pesquisar por si própria, e encontrou o óleo de coco. Com óleo de coco, ele recuperou e pode trabalhar normalmente como contador.
Como deve ser utilizado o óleo de coco nesse caso?
Hideki Makiyama: Gordura e óleo de coco são as mesmas coisas. Quando a gordura de coco ultrapassa 24 graus de temperatura, ela se transforma em óleo de coco. O óleo de coco tem um ácido que vira energia muito fácil. É como se fosse uma gasolina aditivada para o cérebro que o faz funcionar bem. Utilizar óleo de coco e azeite com ph bom são ótimos para estagnar o Alzheimer e recuperar também. Quando você consome gorduras boas, o seu corpo volta a formar novos neurônios. Hoje já se sabe que os neurônios também se renovam. Não dizemos que todas pessoas com Alzheimer ficarão boas, mas melhorarão com certeza.
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