Enfim, chegou o esperado 2018, um ano que promete ser um divisor de águas para resgatar a democracia no País. A realização da eleição para presidência da República tornou-se mais do que uma questão eleitoral, uma possibilidade do resgate da democracia e do Estado de Direito no Brasil. Alçado ao poder de forma ilegítima, com apoio, entre outros, de setores da grande mídia e do judiciário, o presidente Michel Temer implementou medidas que afrontaram a democracia, os avanços sociais e acabaram com os direitos conquistados pela classe trabalhadora.
O pleito que ocorrerá no dia 7 de outubro, em primeiro turno, será um dos mais importantes do período pós-redemocratização com a renovação de 2/3 do Senado Federal (ao todo, serão eleitos 54 senadores/as, sendo dois por Goiás. Na Câmara, elegeremos 17 deputados/as federais e 41 deputados/as estaduais na Assembleia Legislativa. Quais serão os rumos adotados pelo País nesta nova encruzilhada histórica? Retomar o caminho progressista, de avanços sociais e investimentos em educação ou se afundar na destruição da nação? A construção de um futuro digno depende da nossa união e capacidade de mobilização dentro e fora dos muros da Universidade.
Depois de um ano marcado por profundos retrocessos nos direitos sociais e trabalhistas, o voto consciente e a participação nas lutas coletivas serão instrumentos fundamentais de resistência em 2018. Nossa história, em 40 anos de existência da Apuc, entrelaça-se com a luta pela democracia no Brasil na qual iniciamos o movimento pelas Diretas Já com o ato realizado na presença do então senador Teotônio Vilela, em 12/04/1983, no antigo ginásio da Universidade Católica de Goiás. E, assim, que o ano que se inicia seja de muitas realizações para seguirmos firmes no enfrentamento dos desafios de perseverar na luta pela construção de uma sociedade mais justa, humana, democrática e menos desigual.
50 anos do Maio de 1968
2018 nos conduz à reflexão: qual o legado deixado para os dias atuais pela revolução de maio que há 50 anos mudou o mundo iniciando por uma ocupação de estudantes das Universidades de Sorbonne e da Nanterre, na França, e que se transformou em uma greve geral unindo estudantes e operários, paralisando milhões de franceses contra o Governo De Gaulle e interferindo em eventos históricos de diversas nações?
Um mês depois – também em 68 – ocorreu um dos acontecimentos mais importantes da nossa história: a Passeata dos 100 mil, manifestação de protesto contra a ditadura militar no Brasil, realizada nas ruas do centro do Rio de Janeiro e organizada pelo movimento estudantil com a participação de professores/as universitários/as, intelectuais, artistas e setores progressistas da sociedade brasileira.
Protagonismo da UCG/ PUC Goiás
A história pontua sobre a importância da Universidade, enquanto instituição de relevância social e instrumento de construção da democracia, atuar como protagonista nas transformações políticas, sociais, comportamentais e culturais. Mas quem é a Universidade? Somos todos/as nós e, somente com a nossa união enquanto categoria docente, poderemos lutar coletivamente pela melhoria das condições de trabalho; salários dignos; unificação da carreira docente; isonomia salarial; bolsas para professores/as da PUC Goiás na Pós-Graduação; unificação das horas destinadas à orientação de TCC ; redimensionamento da carga-horária na Pós-Graduação Stricto Sensu; reajuste dos valores das horas-aulas na Pós-Graduação Latu Sensu e outras demandas.
Diálogo Interno
A Gestão Quem Sabe Faz a Hora, Não Espera Acontecer pautou sua atuação para retomar o diálogo com a Administração Superior da PUC Goiás, seguindo os princípios do Papa Francisco. De acordo com o Pontífice:
“O diálogo permite conhecer e entender as recíprocas necessidades. Primeiro, demostra um grande respeito, porque coloca as pessoas em um comportamento de abertura recíproca, para receber os aspectos melhores do interlocutor. Além disso, o diálogo é expressão de caridade, porque, mesmo não ignorando as diferenças, pode ajudar a buscar e compartilhar caminhos na direção do bem comum. Dialogar ajuda as pessoas a humanizarem as relações e a superar mal-entendidos, nos ensinando a ver o outro não como uma ameaça, mas como um dom de Deus”.
Lamentavelmente, o silêncio patronal manteve-se presente até mesmo na falta de resposta à solicitação feita pelas entidades representativas do quadro docente de retomada à mesa negocial em 11/05/2017.
O momento exige a conscientização de que o poder para mudar o destino está em nossas mãos e, juntos/as, somos mais fortes para lutar por condições dignas de trabalho com democracia, diálogo, liberdade de expressão e valorização docente. Assim, as lutas que se manifestam dentro da Universidade reverberarão no contexto global da sociedade.