31.05.2021 29MAs manifestações do #29M pelo “Fora Bolsonaro” foram gigantescas nas principais cidades do Brasil. A Avenida Paulista, em São Paulo, tomada por mais de 80 mil pessoas no ato de sábado (29/05), que pedia pelo fora Bolsonaro.

Ocorreram manifestações pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro em 213 cidades brasileiras dos 26 estados e do Distrito Federal, e 14 no mundo. Balanço divulgado no final do dia pelos organizadores estimou em 420 mil o número de pessoas que protestaram contra o descaso que já matou 461mil pessoas, contra a falta de vacinas para combater a COVID-19, a fome, o desemprego, os ataques aos indígenas, aos negros, ao meio ambiente.

“Se o povo vai às ruas protestar em plena pandemia, é porque o governo é mais perigoso que o próprio vírus”, explicavam cartazes empunhados nos quatro cantos do Brasil. Quem não pode estar nas ruas, diante do receio da ser contagiado pelo coronavírus que assola as pessoas há mais de um ano, inundou as redes sociais da insatisfação com o governo omisso de Bolsonaro. A #29MForaBolsonaro contou com 202 mil participações apenas no Twitter, 1.828.048 postagens e 841 mil retuítes. No fim da tarde e no começo da noite, panelaços foram ouvidos em diversas cidades País afora.

O analista de dados Pedro Barciela aponta que a repercussão foi plural e obteve alto engajamento. “Essa diversidade presente hoje no campo antibolsonarista é o que permite que cada vez mais ele sensibilize outros usuários, converse com outros atores e interfira no debate público. A ideia aqui não é ‘furar a bolha’, mas sim dialogar com o maior número de bolhas possível”, tuitou.

Fechou com chave de ouro

O ato em São Paulo foi o maior do país, com mais de 80 mil pessoas nas ruas. Da concentração em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), por volta das 16 horas, os manifestantes marcharam pela Rua da Consolação e seguiram sentido à Praça Roosevelt, às 18 horas. Gritos, cartazes, bandeiras, adesivos pediam o impeachment de Jair Bolsonaro, a compra de mais vacinas e a ampliação do auxílio emergencial. Capitais como Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte também acabaram se surpreendendo com manifestações próximas de superar 10 mil participantes.

Antes do ato, o vão-livre do Masp estava fechado pela Polícia Militar de São Paulo, mas foi aberto pelos manifestantes, após uma forte chuva cair na Avenida Paulista. Totalmente pacífico, o protesto foi acompanhado pela Polícia Militar e pela Guarda Civil Metropolitana (GCM).

A manifestação foi organizada pela Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular, em conjunto das organizações estudantis, centrais sindicais e outros coletivos independentes. Ao longo do ato, representantes de partidos e movimentos sociais – como a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MTST), Guilherme Boulos – discursaram contra o governo Bolsonaro.

“Chegou a hora de dar um basta e tirarmos o Bolsonaro do governo. Não vamos mais esperar até 2022, enquanto o nosso povo morre. Chegou a hora de semear um projeto de esperança e hoje é só o começo. Viemos às ruas com responsabilidade e sem medo de lutar”, afirmou Boulos.

Ato com responsabilidade

Diferente das manifestações pró-Bolsonaro, em que o uso de máscara não é respeitado, nos atos do #29MForaBolsonaro, Brasil afora, elas estavam em todos os rostos. Em algumas cidades, como em São Paulo, a UNE e o MTST organizaram tendas de distribuição de máscaras PFF2, álcool em gel. Também ofereciam instruções para evitar contaminações no protesto. Os organizadores instruíam as pessoas a trocar máscaras de pano por modelos mais seguros, como a PFF2.

“No Brasil que tem um presidente que nega a vacina, e é um genocida, o povo tem de ir às ruas, porque ficar em casa também está matando”, disse a militante e defensora de direitos humanos Preta Ferreira, ao Mídia Ninja.

Goiás

Na capital goiana, por volta das 9 horas, o grupo se reuniu na Praça Cívica com um carro de som. Foram exibidas várias faixas de diferentes movimentos sociais e com pedidos de garantia de “comida no prato” e “vacina no braço”, também solicitaram a volta do Auxílio Emergencial no valor de R$ 600.

Os manifestantes gritavam palavras de ordem, como: “Povo na rua, Bolsonaro a culpa é sua”. O grupo também lembrou as mais de 450 mil pessoas que morreram por causa da COVID-19 no Brasil. De máscara, caminharam em passeata pelas ruas do centro.

Também ocorreram protestos na cidade de Goiás, Jataí e Catalão.

Fonte: Brasil de Fato, O Popular e G1 Goiás


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