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Sistema instalado em residência promete viabilizar a produção própria

Imagine sua casa gerando a própria energia elétrica que consome, a ponto de você pagar apenas a taxa mínima de conexão com a Celg e até emprestar energia para a concessionária. Com a ameaça de problemas no fornecimento de energia, com a queda do nível dos reservatórios, soluções como essa chegam ao mercado para ajudar a reduzir o consumo da energia fornecida pelo sistema elétrico. Uma residência no Setor Jaó está em fase final para conexão do primeiro microgerador de energia do Estado de Goiás participante do sistema de compensação com a CELG.

Trata-se de um gerador solar fotovoltaico, que já está instalado no telhado da casa captando a radiação solar e gerando energia. A expectativa é de que esse sistema gere energia por mais de 25 anos. Com isso, o investimento se paga no período de 6 a 8 anos e o consumidor terá energia gratuita por mais de 17 anos. Pode ser instalado também em estabelecimentos comerciais.

O sistema gera a energia consumida pelos equipamentos da casa. Caso haja produção excedente, ela é emprestada para a rede da Celg e será usada durante a noite ou quando houver necessidade. Ao final do mês, o cliente paga apenas a diferença entre o que foi consumido e o que foi produzido. Assim, é possível reduzir a conta significativamente, chegando à taxa mínima de conexão de 100 quilowatts/hora para ligações trifásicas, e até transferir créditos de energia para outro endereço do proprietário.

ECONOMIA

Os sócios da BrS Energia João Carlos Costa e Silvio Costa Neto explicam que o sistema é viável para locais que tenham um consumo mensal acima de 300 kw/h, o que equivale a uma casa de porte médio. A instalação não é recomendada em casas localizadas entre prédios, por exemplo, que recebem pouca radiação solar. Além das placas fotovoltaicas, também é instalado um inversor, que transforma a corrente contínua em alternada, injetando a energia na fiação.

Segundo eles, além de gerar economia, o sistema traz benefícios para o meio-ambiente e para a oferta de energia pelo sistema. A fonte fotovoltaica é instalada no local onde a energia é consumida e não há perdas na transmissão, hoje estimadas em 16%. Isso ajuda a desafogar as linhas de distribuição e transmissão, além de representar economia de água nas hidrelétricas ou de combustíveis fósseis nas termoelétricas. “Além disso, a fonte solar é a mais abundante e menos variável de todas”, ressalta João Carlos.

Hoje, somando a potência de todas as instalações do gênero já existentes no Brasil, existem apenas 9 megawatts conectados, enquanto na Alemanha, onde há muito menos radiação solar, já são 36 mil megawatts. Segundo João Carlos, a motivação alemã está também nos incentivos oferecidos pelo governo, como os tributários. Os empresários pretendem se reunir com o secretário da Fazenda, José Taveira, para discutir a questão do ICMS, que hoje incide até sobre a energia que for gerada na casa, e não apenas sobre a consumida da Celg.

Quanto maior o projeto, melhor o custo-benefício

Em condições ideais, é possível gerar até seis horas de energia por dia. Quanto maior o projeto, menor é o custo dos equipamentos e da energia gerada, ou seja, melhor a relação custo-benefício. Quanto mais placas, maior a geração de energia e menor será a conta. Na casa onde está o projeto piloto, a expectativa é reduzir o consumo em 50%.

Segundo João Carlos, a energia excedente gerada também pode ajudar a rede da Celg a aliviar a demanda nos horários de pico. O consumidor pode produzir quanta energia quiser e optar por pagar apenas a tarifa mínima. Basta verificar seu consumo mensal e os equipamentos necessários para suprir essa demanda.

Para participar do sistema de compensação, o consumidor deve fazer um processo administrativo junto à Celg. A concessionária faz uma completa vistoria para conferir se o projeto apresentado condiz com a realidade e se foram feitas todas as adequações necessárias à segurança das instalações e da própria rede.

Numa pequena indústria, o custo para instalação de 2.800 quilowatts/hora chega a R$ 95.530,00. O sistema para 1.500 kw/h, com 52 placas, será instalado em breve no prédio do Creci-Goiás. Como o sistema é novo, os empresários garantem que o preço está bastante reduzido para atrair mais adesões.

Vale lembrar que a Resolução 482 da Aneel, que criou o Sistema de Compensação de Energia, permite o uso de diversas fontes renováveis.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: O Popular
Foto: Mantovani Fernandes


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