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O artista multimídia carioca, Chico Buarque, completa 50 anos de carreira e 70 de idade em 2014. O ano já começa bem para Chico vê uma série de peças teatrais em sua homenagem e algumas de sua autoria entrarem em cartaz.

O primeiro destaque vai para a peça Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos (Clique aqui para saber mais sobre o musical), que estreou no Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea (Rio de Janeiro), com direção da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho. O enredo destaca canções de quatro musicais criados por Chico (Roda Viva, de 1967, Calabar, O Elogo da Traição, de 1973, Gota D'Água, de 1975, e Ópera do Malandro, de 1978), além de outras feitas para outras montagens teatrais, para cinema e TV.

Chico Buarque passou por poucas e boas na época da ditadura implantada em 1º de abril de 1964, que também completaria 50 anos neste ano. Sempre esteve na linha de frente dos artistas que ousaram resistir e denunciar os desmandos dos ditadores. Com isso sofreu, mas construiu uma sólida carreira, que nem mesmo os mais atrozes inimigos conseguem destruir.

Ainda no Rio de Janeiro, estreia em abril uma nova montagem de O Grande Circo Místico, com direção de João Fonseca. O espetáculo de 1983 destacou a parceria de Chico com Edu Lobo, com resultado surpreendente repetido com o álbum O Corsário do Rei (1985) e em Cambaio (2001). Vale conferir os resultados dessa brilhante parceria.

João Falcão remonta o musical Ópera do Malandro que retrata metaforicamente os anos 1940 da ditadura do Estado Novo e denuncia a ditadura de 1964. Canções como Geni e o Zepelim, O Malandro, Hino de Duran, Viver do Amor, O Meu Amor, fazem parte dessa peça que virou filme com direção de Ruy Guerra em 1986.

O próprio cineasta moçambicano, que escolheu o Brasil para viver, Ruy Guerra, dirige uma remontagem da peça Calabar, o Elogio da Traição, que retrata a invasão holandesa no Nordeste brasileiro no século 17, quando os brasileiros se dividiram em lutar ao lado dos portugueses, não participar da guerra por não acreditarem ser uma guerra do interesse e a favor dos holandeses, caso de Calabar.

A obra de Chico sempre tão pertinente se antecipou à derrubada da ditadura salazarista em Portugal em 1974 e dizia na canção Fado Tropical: “Esta terra ainda vai cumprir seu ideal ainda vai tornar-se um imenso Portugal”, entre outras pérolas poéticas que irritaram os fascistas no poder (veja aqui).

Outra atração que homenageia Chico Buarque é a adaptação do filme Os Saltimbancos Trapalhões para o teatro (clique aqui para ver o vídeo), com produção de Renato Aragão. Também está para estreiar a peça Apesar de Você, de Gustavo Paso, baseada na trajetória do pseudônimo que Chico inventou para driblar a censura Julinho da Adelaide.

Mais do que ninguém, Chico Buarque merece grandes homenagens por toda sua trajetória sempre coerente com suas atitudes. Escolheu o caminho mais difícil: resistir e impor ao mercado a obra como quis fazer, sem concessões.

Toda a obra de Chico Buarque trata do individual e do social intrínseca e dialeticamente ligados e vence o tempo atingindo a eternidade.

As homenagens começam pelo teatro, mas evidentemente se estenderão para a música, cinema e literatura, desse grande autor brasileiro. A trajetória de Chico enche de orgulho a todos os que amam o Brasil.

Em 1980, Chico Buarque participa do programa "Canal Livre", da Bandeirantes, comandado pelo jornalista Roberto D'Ávila, e entrevistado por Tárik de Souza, Paula Prétola, Vivi Nabuco, Zuenir Ventura, Olívia Byington, Luiz Carlos Franco, Claudio Azeredo, Mauricio Beiru, Ana Maria Tornai e Moreira da Silva. Clique aqui para ver este programa histórico

Fonte: Portal CTB


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