Associação de Professores
da PUC Goiás
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04.09.2018 PUC SPManifestamos nossa solidariedade à luta histórica da Associação dxs Professorxs da PUC-SP (Apropuc) pela democracia dentro e fora dos muros da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). No final de agosto, fomos surpreendidos com o decreto da Fundação São Paulo - mantenedora da PUC -SP, vinculada a cúria católica de São Paulo, de reforma dos estatutos daquela Universidade, estabelecendo que o Reitorx da instituição não poderá ser eleitx pela comunidade universitária.

Durante a ditadura militar, quando a cúria em São Paulo encontrava-se sob a responsabilidade de Dom Paulo Evaristo Arns, a PUC-SP representou um importante espaço de resistência à ditadura, estando na dianteira da luta pela redemocratização do País. Na PUC-SP, trabalharam Florestan Fernandes, Perseu Abramo, Octávio Ianni, Paulo Freire e muitos outrxs docentes que foram perseguidos pelo regime ditatorial.

O decreto que impede eleições para Reitor na PUC-SP representa ainda um golpe na democracia brasileira, em virtude do caráter simbólico que a PUC-SP possui e o espaço que ela ocupa na memória coletiva daqueles que lutaram pela democracia brasileira. Como marco referencial, tem-se a invasão do Campus da PUC-SP em 1977.

Foi no campus sede da PUC-SP, em meados de 1977, que ocorreu a 29ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), até então proibida. Em 22/09/1977, a instituição foi local da reunião de retomada da UNE - União Nacional dos Estudantes, que havia sido fechada pelo regime militar. Nesta mesma reunião com estudantes de diversas universidades brasileiras, a PUC-SP foi invadida por tropas militares comandadas pelo então Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Coronel Erasmo Dias, onde centenas estudantes foram presos. O episódio ficou conhecido como "a invasão da PUC", como descrito pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). Na manhã seguinte ao fato, o então Cardeal-Arcebispo e Grão-Chanceler da PUC-SP, Dom Paulo Evaristo Arns, ao saber do ocorrido e voltando com urgência de Roma, manifestou a frase mais marcante do período:
"Na PUC-SP só se entra prestando exame vestibular, e só se entra na PUC para ajudar o povo, não para destruir as coisas.”

No início dos anos 80, a PUC-SP tornou-se a primeira universidade brasileira a eleger o reitor e outros cargos administrativos via voto direto da comunidade universitária - estudantes, docentes e funcionárixs. Em 1984, dois incêndios (um em setembro e outro em dezembro, sendo o último supostamente criminoso) danificaram o TUCA, Teatro da Universidade Católica.

Para que não se esqueça e que nunca mais aconteça!  A democracia é um bem precioso que deve ser defendido e exercido. Pelas eleições diretas dentro e fora dos muros da PUC-SP!

Clique aqui para assinar o abaixo-assinado em defesa da PUC-SP


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