Associação de Professores
da PUC Goiás
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22.08.2018 basta de violenciaA Associação dxs Professorxs da PUC Goiás repudia todo e qualquer ato de violência policial praticado contra xs estudantes e, especificamente, a agressão física e moral praticada recentemente por um policial militar (PM) contra a estudante de Direito da PUC Goiás, Maria Gabriela Noia Morais, de 24 anos, durante uma abordagem realizada na Rua 10, Centro, em frente à Catedral Metropolitana de Goiânia. 

O fato foi amplamente divulgado por um vídeo que circulou nas redes sociais, mostrando que na abordagem um dos policiais militares desfere tapas no rosto da estudante quando ela o indaga sobre a razão da abordagem. Também houve xingamentos à vítima. O vídeo revela a truculência e o despreparo do policial.

As mulheres negras são as principais vítimas da violência policial no Brasil. Dados colhidos pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nos anos de 2005 a 2015 sobre os números de mortes de mulheres em “Intervenções legais ou operações de guerra”, revelam que, cruzando a categoria raça/cor das vítimas, 52% delas eram mulheres negras.

Essas informações chamam a atenção para estarmos atentxs no sentido de que os números podem ainda estar subnotificados, se comparados aos registros policiais com os registros de atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde). Dessa forma, o número de mulheres negras vítimas de ações policiais pode ser ainda maior.

Diante deste cenário de violência policial, faz-se necessário refletir sobre os limites da autoridade policial frente à dignidade humana. O relatório mundial divulgado pela ONG Human Rights Watch, que analisa a situação dos direitos humanos em 90 países, revelou, em 2016, na parte dedicada ao Brasil, que a violência policial estava sem freios no País. Infelizmente, o problema persiste com abusos e práticas de violência física, moral e psíquica nas condutas policiais praticadas nas ruas brasileiras.

Solicitamos que a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás, bem como a Corregedoria da Polícia Militar, manifestem-se quanto à abertura de procedimento investigatório em face dxs agentes estatais envolvidos nas agressões à nossa aluna Maria Gabriela Morais, e que sejam tomadas as medidas cabíveis para que casos como este não se repitam nunca mais.

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